Fri, 09/01/2006 - 16:17
Idec afirma que empresas não divulgam índices de nutrientes recomendados por dia pela Organização Mundial da Saúde
Pesquisa mostra que lanches vendidos nas principais redes ainda têm sal em excesso
As principais redes de fast food do país vendem sanduíches com percentual de gordura e de sal que chegam a corresponder a quase a totalidade de nutrientes recomendados para um dia inteiro pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Calóricos, com grande concentração de gorduras, carboidratos e sódio, e ausência de vitaminas e fibras, os alimentos "trash" podem provocar ganho de peso e uma série de problemas cardiovasculares quando consumidos rotineiramente.
Excesso de peso
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 38,8 milhões de brasileiros adultos têm excesso de peso, sendo que 10,5 milhões são considerados obesos. O padrão nutricional de ingestão diária de quilocalorias (kcal) é em torno de 55% a 75% de carboidratos, 10% a 15% de proteínas e entre 15% e 30% de gorduras. A dieta diária deve somar em torno de 2.000 kcal para um adulto e 1.800 kcal para uma criança.
O problema é substituir refeições normais por lanches. A nutricionista Mariangela Dalaqua, consultora técnica do Conselho Regional de Nutrição, diz que o excesso de gorduras saturadas e sal contido nas redes de fast food está ligado ao aumento dos níveis de colesterol ruim e triglicérides no sangue na infância. "É cada vez mais comum ver crianças de oito, dez anos com colesterol ruim elevado e diabetes tipo 2." Dalaqua afirma que o ideal é a substituição pelas opções menos calóricas oferecidas pelas redes. "Optar por uma salada em vez da batata, frango ou peixe grelhados em substituição ao hambúrguer e suco em vez do refrigerante é o ideal."
Redes afirmam que seus alimentos não devem ser consumidos todos os dias
As principais redes de fast food mencionadas na pesquisa promovida pelo Idec argumentam que seus alimentos não são feitos para serem consumidos diariamente e que há outras opções, mais saudáveis, em seus estabelecimentos.
Fonte: resumo de Folha de São Paulo, 29/08/06