Introdução
Saúde não cai do céu, não se ganha nem se compra. É um processo contínuo que também depende muito da vontade de cada um.
O estilo de vida neste milênio caracteriza-se cada vez mais, pela constante busca de conforto e de bem-estar. Este, infelizmente, confunde-se com atitudes que solicitam menos esforço físico levando ao sedentarismo, como: automóvel, elevador, escada rolante e controle remoto da televisão. São efeitos secundários indesejáveis, chamados ironicamente de “doenças da civilização”.
A vida sedentária, a falta de exercícios, o cigarro, o constante estresse, a alimentação rica em gorduras e descontrolada fazem aumentar uma série de doenças que comprometem a qualidade de vida. Entre essas moléstias estão: a pressão alta e suas complicações, o acidente vascular cerebral (derrame), o infarto do coração, o diabetes, o câncer e principalmente a arteriosclerose, um inimigo silencioso e fatal. Para evitar seu perigo, a melhor maneira é conhecê-las. Saber como aparecem, como agem e principalmente como podem ser evitadas. E depois mudar radicalmente os hábitos, trazendo de volta a qualidade de vida ameaçada.
No passado a expectativa de vida era bem menor, pois outras doenças matavam antes. O progresso da medicina trouxe diagnósticos precisos e precoces até mesmo de doenças ocultas, tratamentos melhores, mais adequados, o que resultou no prolongamento do tempo de vida.
O panorama das moléstias transformou-se. Está ficando cada vez mais claro que o limite da vida humana está nas artérias. Juntamente com o coração, na verdade, um vaso modificado, eles são os pontos vulneráveis do organismo. O simples processo de envelhecimento reduz a capacidade de as artérias distribuírem corretamente o sangue a todos os órgãos. Mais uma razão para que o indivíduo procure cuidar de suas condições vasculares, garantindo a qualidade de vida.
O progresso da ciência, a aparelhagem moderna e sofisticada, os moderníssimos exames de laboratório permitem descobrir com antecedência os males que ameaçam a saúde. As malformações congênitas já podem ser vistas e diagnosticadas enquanto o feto ainda está no útero materno. Arritmias cardíacas podem ser tratadas fazendo-se com que a mãe tome medicação, muitas vezes, salvando vidas, o que até então era impossível. A ordem, portanto, é buscar a prevenção. No futuro não será mais admissível aceitar uma doença que poderia ter sido evitada muito antes de causar danos ao indivíduo.
Entretanto, a complexidade da natureza humana traz muita dificuldade para estabelecer o que pode ser considerado como normal na saúde individual. Para qualquer função física, pode-se definir um ritmo padrão, mas esse tem certa amplitude de variação. Desvios maiores nem sempre significam a presença da doença. Esta informação é importante para interpretar, por exemplo, os exames de laboratório. É tão difícil estabelecer o que seja normal, que o próprio laboratório indica ao lado do resultado do exame dados que, para não chamá-los de normal, preferem chamar de “valor de referência”. Somente o médico, que tem conhecimento técnico para fazer o diagnóstico e estabelecer condutas, pode interpretar adequadamente o resultado de um exame.
A complexidade e dificuldade de conceituar o que seja normal em medicina torna difícil também afirmar que um indivíduo goza de perfeita saúde. Exatamente porque saúde não é a simples ausência de doenças. Saúde é muito mais: é o bem-estar completo.
A expressão “normal” é emprestada da estatística e sempre referente a uma determinada amostra que deve representar muito bem o universo a que pertence; portanto é teórica. Cada um deve conhecer seu próprio perfil de saúde, comparando-o com um padrão levando em consideração a idade, o sexo e o grupo étnico (raça). O confronto entre ambos é que vai dizer como está sua saúde.
Hoje, o muito que se sabe a respeito das causas das doenças, infelizmente, ainda é pouco. De todas as doenças catalogadas pelas organizações internacionais, apenas um quarto têm causas conhecidas.
As pesquisas, embora profundas e contínuas, apenas nos revelam como a maioria delas se comporta, nem sempre porque surgiram. Mas é possível conhecer sua história, como se desencadeiam, se agravam ou se aliviam.
É possível também – e muito importante para a prevenção – definir com clareza o perfil de saúde do indivíduo. E descobrir assim quais os riscos que essa pessoa está correndo, em relação à saúde. E quais atitudes devem ser tomadas para combatê-los, reduzi-los ou eliminá-los.
Este livro tem por objetivo transmitir, em linguagem simples e clara, assuntos médicos de interesse de todos, de porque e como hábitos saudáveis são, na maioria das vezes, os maiores determinantes para se evitar as chamadas “doenças da civilização”.
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Estilo de Vida - Marisa Campos Moraes Amato & Salvador José de Toledo Arruda Amato